segunda-feira, 27 de outubro de 2014

A medida



Como encontrar a medida que pode exprimir um sentimento?

Qual a dose que separa o doce do meloso?

Como separar o conselho de amigo de uma repreensão aleatória?

Como distinguir entre o gracejo que alegra e a picuinha que entristece.

Para uma questão tão relativa não há uma resposta absoluta.

Seguem aqui algumas dicas:

Somente a experiência permite encontrar uma solução.

Quando um médico se forma ele precisa passar por um aprendizado prático suplementar. Não dá para sair por aí tratando as pessoas sem isso. Precisa aprender quando usar cada tipo de medicamento e diferenciar entre a quantidade que salva e aquela que mata. Lembrando sempre que isso dependendo paciente.

Com o sentimento também é assim. E a sensibilidade é o divisor de águas que permite isso. Como no caso do médico precisa de tempo para ser calibrada.

Em alguns casos está pronta em pouco tempo em outros uma vida não é suficiente.

Como depende do paciente precisamos também levar em conta o outro.

Só olhando o outro podemos acertar a mão. E olhar o outro também depende do momento. Do momento do outro não do seu. É preciso se colocar no lugar do outro o tanto quanto possível. Tanto uma arte quanto um desafio.

Mas é da observação e da tentativa e erro que isso evolui.

Como quando éramos crianças caímos muito antes de andar.

O que não podemos é ficar parados.

A vida pede, implora e exige irmos para frente.

Se tímidos ou ousados isso depende do momento.

Sorte na sua caminhada.



domingo, 26 de outubro de 2014

Prazo de Validade



Queria um amor como aqueles de noticiário. Sabe aqueles em que um casal bem velhinho morre com diferença de horas e que todos dizem como faziam tudo juntos.

Queria um amor assim.

Queria um amor de comercial de margarina. Daqueles em que todos são felizes sempre desde o momento em que acordam até a hora de dormir.

Mas suspeito que esses amores assim só existem nos comerciais de margarina. Na vida real mesmo os amores de margarina ficam rançosos com o tempo. Sabe, eles desgastam, tem prazo de validade.

Os nossos erros e os erros do outro fazem com que isso aconteça. Talvez não hoje, nem mês que vem, nem ano que vem, nem em 20 anos, mas um dia ele atinge o seu prazo de validade.

Se sabemos disso, por que não evitamos?

A resposta é simples: certas coisas na vida precisamos viver. Não dá pra explicar. E se nos explicassem não entenderíamos. É como uma foto de uma noite com luar ou de um por de sol, podemos tirar e mostrar mas não dá pra transmitir o que sentimos quando a vimos do lado da pessoa amada.

Vamos ter que cometer nossos erros e tentar consertar por nós mesmos. A vida é escrita na pedra, não na areia.

Fica a dúvida: qual o prazo de validade dos relacionamentos? 

Mas será que importa?