terça-feira, 16 de novembro de 2010

Norah Jones no Ipiranga

Este foi um fim de semana especial:  teve show da Norah Jones no Museu do Ipiranga.
Os jardins do museu estavam repletos de pessoas assistindo. E a poesia do Jardim foi substituída pela poesia da boa Música e da Simpatia. Música e Simpatia com M e S maiúsculos mesmo.
Norah foi simpática em diversos momentos, alguns estudados e muitos espontâneos.
O público oscilou um pouco pessoas saindo e pessoas chegando mas na maior parte acho que aproveitou bem o show. Como cheguei tarde - uma grande fila de entrada por causa da revista no portão, lamentável que hoje isso seja necessário - aproveitei esse vai e vem para conseguir um lugar melhor nos lugares onde as pessoas saiam.
Como não sabia da revista cheguei em cima da hora. Fica a sugestão de que na entrada tivessem lixos para que as coisas que não podem passar na revista fossem descartadas ao invés de jogadas no chão. Mas se a alma não é pequena até a fila que dava a volta no parque foi um momento legal, foi bom ver o monumento com a bandeira brasileira ao vento, bateu um momento patriótico. 

Um ponto alto foi ver uma fila desse tamanho em completa ordem. É claro que tiveram alguns picaretas que no final tentaram e quem sabe conseguiram furar a fila mas pelo tamanho e a quantidade de gente na fila isso foi uma exceção. A maior parte respeitou.

O domingo terminou com o brilho do sol e uma alma mais leve e mais azul em uma São Paulo cinzenta.
Viva a República!!!

Um comentário:

  1. Cadê João??? Quero ver aqui palavras... palavras de poesias que sei que você adora, palavras de melodia, palavras intelectuais, ou simplesmente palavras de uma impressão ou sensação... enfim palavras suas. Estou no aguardo. Enquanto não chegam as suas palavras, deixo aqui as minhas, ou melhor as palavras de Martha Medeiros. Espero que goste.

    Entre amigos

    Para que serve um amigo? Para rachar a gasolina, emprestar a prancha, recomendar um disco, dar carona pra festa, passar cola, caminhar no shopping, segurar a barra. Todas as alternativas estão corretas, porém isso não basta para guardar um amigo do lado esquerdo do peito.

    Milan Kundera, escritor tcheco, escreveu em seu último livro, "A Identidade", que a amizade é indispensável para o bom funcionamento da memória e para a integridade do próprio eu. Chama os amigos de testemunhas do passado e diz que eles são nosso espelho, que através deles podemos nos olhar. Vai além: diz que toda amizade é uma aliança contra a adversidade, aliança sem a qual o ser humano ficaria desarmado contra seus inimigos.

    Verdade verdadeira. Amigos recentes custam a perceber essa aliança, não valorizam ainda o que está sendo contruído. São amizades não testadas pelo tempo, não se sabe se enfrentarão com solidez as tempestades ou se serão varridos numa chuva de verão. Veremos.

    Um amigo não racha apenas a gasolina: racha lembranças, crises de choro, experiências. Racha a culpa, racha segredos.

    Um amigo não empresta apenas a prancha. Empresta o verbo, empresta o ombro, empresta o tempo, empresta o calor e a jaqueta.

    Um amigo não recomenda apenas um disco. Recomenda cautela, recomenda um emprego, recomenda um país.

    Um amigo não dá carona apenas pra festa. Te leva pro mundo dele, e topa conhecer o teu.

    Um amigo não passa apenas cola. Passa contigo um aperto, passa junto o réveillon.

    Um amigo não caminha apenas no shopping. Anda em silêncio na dor, entra contigo em campo, sai do fracasso ao teu lado.

    Um amigo não segura a barra, apenas. Segura a mão, a ausência, segura uma confissão, segura o tranco, o palavrão, segura o elevador.

    Duas dúzias de amigos assim ninguém tem. Se tiver um, amém.

    Martha Medeiros

    Um abraço,

    Claudia.

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